PORQUE HOSPITAIS DEVERIAM PARTICIPAR DA PROMOÇÃO DA SAÚDE?

O conceito da promoção de saúde pela sua própria natureza agrega em seu conteúdo muitas disciplinas. Além de atender comportamentos não saudáveis, que apresentam implicações nutricionais, fisiológicas, psicológicas e sociais atingem outros segmentos que tem como objetivo a melhora do ser humano. Esse é um argumento atraente para a área hospitalar sinalizando que hospitais são em tese potenciais líderes na oferta de ações em promoção de saúde e qualidade de vida.
Hospitais de alta qualidade, além de serem reconhecidos como competentes no tratamento de doenças, possuem o conhecimento necessário para as ações propostas em promoção de saúde. Felizmente estão se reinventando e mergulhando no business da prevenção. Muitas instituições de saúde têm exibido interesse na promoção da saúde, porém têm uma desvantagem, porque a maioria dos administradores e profissionais da área não tem familiaridade com a estrutura e a utilidade desses programas. Hospitais tem historicamente recrutado profissionais experientes no tratamento de doenças, mas com pouca experiência e habilidade na promoção da saúde.
A visão e o valor da saúde são condições dinâmicas, ainda mais nesse período de pandemia, onde as preocupações sobre o preparo da estrutura da saúde pública e privada, seus recursos, os custos dos tratamentos médicos e hospitalares, recebem especial atenção, trazendo oportunidades para uma nova saúde.
A difundida definição “ saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente, a ausência de doenças” deixa a desejar, pois não enfatiza a importância da responsabilidade de cada indivíduo na gestão de sua própria saúde, a qual deveria ser matéria eliminatória no vestibular da vida. Além disso, as publicações de Marc LaLonde (1974) e J. Michael McGinnis (2002) sobre os fatores determinantes da saúde populacional - predisposição genética, circunstâncias sociais, condições ambientais, padrões comportamentais e assistência médica, sugerem abordagens que estimulem a prevenção e a promoção da saúde. (Promoção de saúde pela OMS é o processo de aumentar o controle e melhorar a própria saúde -1984).
O modelo com ênfase na assistência médica, sob o ponto de vista biomédico é limitado, e torna necessário olhar além do sistema tradicional de tratamento da doença se o objetivo for melhorar a saúde da população.
Saúde tem que ser vista como um continuum e por um time multidisciplinar. Não é mais possível para hospitais e instituições de saúde em geral ter foco somente na oferta de tratamento médico para condições agudas e crônicas. Novas formas de gerar receita estão sendo implementadas.
As razões para implantar PS nos hospitais são basicamente:
Melhora do estado de saúde da comunidade
Melhora da imagem da instituição
Diversificação dos serviços.
Além de:
Mais clientes
Aumento na relação com os médicos
Melhora nas relações com empresas
Serviços para mercados emergentes
Relações mais próximas com o ambiente corporativo
Cursos de educação em saúde com diferentes tópicos
Eventos para médicos e para a comunidade)
Promoção de saúde tem sido definida de várias maneiras, mas para os envolvidos com a assistência médica, a mais profunda definição vem da American Hospital Association (1979), que diz: “os hospitais devem liderar e ter a responsabilidade de assegurar a saúde da comunidade dentro de sua área de influência”.
TENDÊNCIAS NA ASSISTÊNCIA À SAUDE:
Diminuição das internações,
Aumento de alternativas ambulatoriais,
Diminuição dos dias de internação,
Aumento do número de fechamento de hospitais;
Uma população mais velha com aumento de suas necessidades de assistência,
Mudança nos padrões de doença, mais ligadas ao estilo de vida,
Maior competição pelos pacientes,
Hospitais estão se tornando unidades de negócio,
Maior importância do comprador
Aumento da popularidade da vida saudável
Questionamento sobre a alta tecnologia médica
Importância da saúde infantil
Crescente interesse pelas corporações
A promoção da saúde indiretamente afetará a receita hospitalar através de seu auxílio a outros programas institucionais. Como exemplo, agregar valor aos serviços já oferecidos as corporações. Na relação com as empresas de assistência medica, auxilia os clientes a manterem a saúde, diminuindo a utilização de serviços e maximizando a rentabilidade desses planos. Também certos serviços podem suprir ações de clínicas tais como reabilitação cardíaca, medicina esportiva, reabilitação ocupacional, tornando tais programas únicos no mercado (programas de álcool e drogas, problemas nutricionais, etc).
A adição do fator bem-estar pode fazer a diferenciação de certos programas entre os competidores, possibilitando uma maior participação no mercado e mais uma vez gerando novas receitas para o hospital. Uma consideração final sobre os benefícios indiretos diz respeito aos custos de assistência médica dos fornecedores. Promovendo a saúde internamente para seu corpo clinico e funcionários, o hospital pode ter a mesma economia obtida nas corporações clientes.
Finalizando, é importante lembrar que a principal fonte de receitas do hospital - e a razão primária dele existir, tanto agora como no futuro – será sempre a internação e o tratamento de pessoas doentes ou com lesões. Entretanto, a contribuição associada aos cuidados de doenças está diminuindo. Parece que para manter seu atual status financeiro, hospitais serão forçados a aumentar as receitas vindas do atendimento a pacientes doentes, com novas fontes de receitas, como a PS. O desconforto faz a gente se movimentar de forma diferente e inovar e faz todo o sentido na estratégia de transformação da assistencia à saúde.
Boas coisas pela frente...